sábado, 14 de novembro de 2009

Morre o Homem Chamado Trabalho!


Morre o homem chamado trabalho, apelidado Dustran. Homem de nome diferente, esquisito. Este homem poderia ser chamado ainda como honestidade, competência, sinceridade, amigo. Mas, menos interessa a forma elogiosa como chamá-lo, já que talvés, mesmo ouvindo, não respondesse, dado que foi a não se ostentar nem se colocar como mais que qualquer um. Não gostava de aparecer pelo bem que tenha feito, praticava a máxima cristã não permitindo que uma mão visse o bem que fizesse a outra.
Caminhamos juntos pela nossa cidade, numa campanha eleitoral vitoriosa, no pleito de 2008. Vitoriosa porquê os vencedores nem sempre são os que conseguem mais, mas os que, convíctos, sabem ter feito de forma correta o cumprimento do dever.Descobrí que se aprende caminhando e, além de aprender, ví naquele homem as qualidades e caráter, mostrados em conduta, de uma pessoa de bem. Aprendí muito ao ver o respeito pelas pessoas, pelo próximo, ser praticado pelo Dustran.
Posso dizer da alegria de ter partilhado uma luta ao lado desse grande guerreiro, das adversidades enfrentadas no embate, da humildade e sabedoria observadas e da certeza de termos combatido no bom combate. Digo também da tristeza da perda, da falta do amigo, da saudade que vai ficar. Mas digo também do legado daquele que mostrou ser possível ir à disputa e não pecar, entrar e sair limpo, jogar e, mesmo perdendo, erguer a cabeça e continuar caminhando, honrado e feliz, satisfeito de ter feito corretamente o que propôs fazer. Testemunho ter visto Dustran não revidar, ao apanhar dar a outra face, praticar o bem sem dizer a quem, não vangloriar, respeitar as crianças e idosos, beber água em casa de pobre, abraçar os humildes e doentes, sentar em banco sujo ou no chão, pegar em mão de pobre suja e não limpar por nojo, comer em qualquer casa, ouvir as pessoas, se calar para um bêbado ignorante quando xingado ou maltratado, triste pela miséria das pessoas, não prometer em vão ou para enganar, o ví revoltado pela fome de crianças na periferia de Tapira e mandar comida anonimamente através de terceiros, pagar aos compromissos, recolher impostos. Ví Dustran e dizer planos para uma Itapirapuã melhor, ví a sua intenção de querer melhorar a cidade e a vida dos itapirapuenses.
Esse homem deixa, além de extensa lista de amizades, uma enorme folha de serviços prestados ao povo e município de Itapirapuã. Nunca foi de sua índole dar publicidade dos seus atos, não seria agora que isto teria de ser feito. O reconhecimento foi oficializado quando há anos o Legislativo Municipal o homenageou com a condição merecida de Itapirapuense, através do Título de Cidadão que recebeu.
Dustran Machado Rosa faleceu, aos 70 anos, por volta das 06:oo horas do dia 14 de Novembro de 2009, em Goiânia, vítima de complicações pós-operatórios após se submeter a cirurgia no coração. Foi velado, e sepultado no jazigo da família, no Cemitério Jardins das Palmeiras em Goiânia-GO.

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